As plantas medicinais são espécies vegetais que apresentam princípios ativos que auxiliam na cura ou tratamento de vários problemas de saúde. Por muito tempo, elas foram o único recurso disponível para prevenir e tratar determinadas patologias.
As plantas possuem esse efeito farmacológico devido às substâncias encontradas em sua composição. Dentre as principais propriedades medicinais podemos destacar: ação analgésica, antisséptica, digestiva, anestésica, anti-inflamatória e expectorante.
Um dos principais fatores que contribuem para a popularização do uso de plantas medicinais é seu baixo custo em comparação com os medicamentos encontrados nas farmácias. Inclusive, muitas espécies podem ser cultivadas em casa facilmente.
No entanto, é importante lembrar que seu uso não substitui, necessariamente, a ajuda de um profissional da saúde. Além disso, procure consumir apenas aquelas que possuem eficácia comprovada.
A seguir, confira alguns exemplos de plantas medicinais que você pode ter em casa, como cultivá-las corretamente e quais suas contraindicações.
04 plantas medicinais que você pode cultivar em casa
Existem muitas espécies que podem ser cultivadas, variando de acordo com os aspectos culturais e geográficos de cada região. Conheça as plantas medicinais mais comuns no Brasil.
01.Sálvia
A sálvia é uma planta originária do Mediterrâneo, mas muito utilizada pelas comunidades indígenas. Ela possui propriedades medicinais antioxidantes e anti-inflamatórias capazes de aumentar a imunidade e resistência corporal, auxiliando na prevenção de gripes, resfriados e inflamações.
Além disso, essa planta apresenta substâncias que contribuem para o funcionamento do sistema gastrointestinal, sendo indicada para aqueles que possuem dificuldade na digestão, diarréia ou excesso de gases.
Como cultivar: a sálvia pode ser cultivada a partir de sementes, por estaquia, alporquia ou por divisão de touceiras. Sua preferência é por locais com temperatura amena e que tenham incidência de luz solar direta por algumas horas diariamente. Para conhecer em detalhes como plantá-la, clique aqui.
Contraindicações: a sálvia não deve ser utilizada por gestantes, lactantes e pessoas com epilepsia.
02.Alfavaca
A Alfavaca é uma dentre as diversas plantas medicinais que podemos encontrar no cerrado brasileiro. Muito utilizada pelas comunidades que vivem onde o bioma se manifesta, ela é fonte de substâncias antioxidantes que promovem ação anti-inflamatória e vitaminas que fortalecem o sistema imunológico, nervoso e cardiovascular.
Ademais, suas folhas são ricas em ômega-3, ácido graxo importante para controlar o nível de colesterol e prevenir doenças cardiovasculares, como hipertensão.
Como cultivar: a alfavaca pode ser cultivada por mudas, sementes ou estaquia. É uma planta que prefere climas quentes ou amenos e são pouco resistentes ao frio. Além disso, se adaptam melhor aos solos mais soltos do que úmidos. Quer saber o passo a passo para cultivar essa planta? Clique aqui.
Contraindicações: como toda planta medicinal, a alfavaca pode causar alergias em algumas pessoas e o uso do seu óleo essencial pode provocar palpitações e sudorese. Aqueles que possuem hipertensão também devem evitá-la.
03.Carqueja
A carqueja é uma planta originária do Brasil conhecida pelo seu amargor característico. No entanto, apesar do seu gosto, ela possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, hipoglicemiantes e depurativas.
Por ser nutritiva e rica em substâncias fitoterápicas, a carqueja pode ser utilizada para auxiliar no tratamento de diversas patologias, como: má digestão, prisão de ventre, gastroenterite, hipertensão, doenças do fígado, diabetes, entre outras.
É válido ressaltar que ela apresenta um alto teor de ferro, sendo uma grande aliada daqueles que possuem diabetes.
Como cultivar: a carqueja pode ser cultivada em sementes ou estacas. Ela se adapta muito bem a qualquer clima, mas necessita de luz solar constante. Ademais, precisa ser regada regularmente.
Contraindicações: a carqueja é contraindicada para quem tem pressão baixa ou diabetes, pois pode provocar a diminuição nos níveis de glicose no sangue. Além disso, também deve ser evitada durante a gravidez e a amamentação.
04.Capim-santo
O capim-santo, também conhecido como capim-limão, é uma planta medicinal típica da amazônia. Seus principais componentes são o citral e o mirceno, responsáveis pela inibição de micro-organismos e efeito analgésico, respectivamente.
Essa planta também é fonte de flavonoides, fenólicos e terpenos, substâncias responsáveis por um efeito antioxidante. Entre os principais benefícios que o capim-santo nos proporciona, podemos destacar: regulagem da pressão arterial, diminuição do inchaço, alívio dos sintomas da gripe, melhora da digestão e regulagem do colesterol.
Como cultivar: na maioria das vezes, realiza-se o plantio do capim-santo retirando mudas de plantas já estabelecidas. Porém, se for da espécie Cymbopogon flexuosus, é possível utilizar as próprias sementes.
O capim-santo prefere climas úmidos e quentes. Além disso, precisa receber luz solar direta durante algumas horas por dia.
Contraindicações: em doses excessivas, o capim-santo pode causar sonolência, diarreia e fraqueza. Assim como as plantas anteriores, também deve ser evitado por gestantes.
Cuidados ao utilizar plantas medicinais
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% usam plantas medicinais ou preparações destas.
Esses dados comprovam que o consumo de ervas medicinais ainda é muito comum. Porém, muitas plantas que são tradicionalmente utilizadas, não possuem estudos toxicológicos comprovando que, de fato, não são prejudiciais ao corpo.
Algumas plantas são fortemente contraindicadas, como por exemplo o Confrei. Existem diversos estudos indicando que ele apresenta alcalóides que possuem ação carcinogênica, ou seja, pode estimular o aparecimento de câncer no organismo.
Portanto, fica a ressalva de nunca consumir nenhuma planta medicinal em excesso e evitar aquelas que não são conhecidas e estudadas. Uma sugestão é sempre consultar os documentos do Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e Renisus (Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde), neles estão listadas todas as plantas medicinais que são reconhecidas pelo Ministérios da Saúde.
Além disso, é importante lembrar que a maioria das plantas possuem alto teor abortivo, devendo ser evitadas ao máximo por gestantes.
Após a leitura esperamos que você tenha conhecido um pouco mais sobre o universo das plantas medicinais e como cultivá-las. Apesar da recomendação ser sempre procurar um médico, conhecer algumas plantas pode ajudar a amenizar sintomas e prevenir determinadas doenças.
Ficou com alguma dúvida ou conhece outras plantas medicinais? Compartilhe com a gente nos comentários!